sexta-feira, 5 de janeiro de 2018

Hérnia de disco

Hérnia de disco

O sintoma principal do paciente com hérnia de disco é a dor radicular irradiada para um dermátomo específico na perna, denominada dor ciática. Essa dor pode estar associada a déficit neurológico sensitivo ou motor da raiz nervosa envolvida. Dor lombar pode estar presente na apresentação ou na história pregressa.

Esses pacientes geralmente apresentam-se com espasmo da musculatura paravertebral lombar, com dor desencadeada por palpação ou percussão dessa massa muscular. Podem também mostrar posição antálgica com desalinhamento do tronco, geralmente em flexão.

Deve-se sempre realizar exame neurológico de todo paciente com suspeita de hérnia de disco. Examina-se a sensibilidade tátil dos dermátomos de L1 a S1. As raízes lombares superiores apresentam intensa sobreposição de fibras, dificultando a detecção de déficits que as envolve. Além disso, os níveis mais frequentemente afetados são L4, L5 e S1. L4 é testada na face medial do tornozelo, L5 no dorso do pé (sobretudo entre 1º e 2º dedos) e S1 na face lateral da planta do pé.

A força motora deve ser avaliada e graduada entre 0 e 5 nos miótomos de L1 a S1. L1 e L2 são avaliados pela flexão do quadril, L3 pela extensão do joelho, L4 pela dorsiflexão do pé (tibial anterior), L5 pelos extensores dos dedos (sobretudo hálux) e S1 pela flexão plantar do pé.

Os reflexos tendíneos patelar (relacionado a L4) e aquileu (S1) também devem ser avaliados bilateralmente para detecção de eventuais assimetrias.

É fundamental testar o sinal de Lasègue para detectar radiculopatia ciática, com acometimento das raízes L4, L5 e S1. Com o paciente deitado em decúbito dorsal, seu membro inferior é elevado com o joelho estendido. O teste é considerado positivo quando há dor radicular com elevação entre 15 e 70°. Presença do sinal de Lasègue é indicativa de compressão radicular em 90% dos casos, sendo ainda mais específico quando presente no membro contralateral.

Pacientes que se apresentam com dor incapacitante lombar ou nos membros inferiores, parestesia nos glúteos, períneo ou dorso de coxas e pernas, déficit motor nos membros inferiores ou alteração de esfíncter vesical ou intestinal devem ser suspeitos da presença de síndrome da cauda equina em virtude de hérnia discal lombar volumosa. Esses casos são considerados urgências e devem ser encaminhados para tratamento especializado precocemente. Somente a descompressão neural precoce pode impedir déficit neurológico permanente.

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