sábado, 20 de maio de 2017

Medula Ancorada



Medula ancorada (ou medula presa) é o nome que se dá a uma série de condições que têm em comum a baixa posição da porção terminal da medula, também denominada cone medular e que normalmente termina ao nível da primeira ou da segunda vértebra lombar. Na medula ancorada ele se situa abaixo da segunda vértebra lombar e, em alguns casos pode se encontrar ao nível do sacro. A medula presa ocorre em uma série de malformações congênitas associadas a espinha bífida, nas quais, como o próprio nome diz, a medula encontra-se fixada e imobilizada a tecidos adjacentes. Essas malformações congênitas se desenvolvem nas primeiras semanas da vida intrauterina. Em situações normais, durante o desenvolvimento embrionário, as vértebras crescem mais que a medula espinhal. Esta, em conseqüência, será deslocada para cima de modo que a sua porção final situe-se ao nível da primeira ou da segunda vértebra lombar. Na medula ancorada, isso não ocorre. A medula está anormalmente fixada a tecidos vizinhos (pele, tecido subcutâneo, meninges) por estruturas anormais (cicatrizes, nervos aberrantes, septos ósseos ou cartilaginosos, tumores congênitos, etc.), o que impede a sua ascensão. A medula presa encontra-se então anormalmente estirada, como se uma âncora a prendesse às porções mais baixas da coluna vertebral.
Isso pode gerar sinais ou sintomas evidentes já por ocasião do nascimento. A criança portadora de mielomeningocele freqüentemente tem a medula presa e o ancoramento deve-se, não somente às cicatrizes que envolvem o local da correção cirúrgica, mas também a outras malformações congênitas associadas.

Outras formas de medula presa são a lipomeningocele (ou lipoma espinhal), o filamento terminal espessado (fibrolipoma do filamento terminal), a fístula neuroectodérmica, a diastematomielia (medula dividida por septos ósseos ou cartilaginosos) etc

A medula presa, ou medula ancorada (do inglês Tethered Spinal Cord) é uma condição comum em pessoas que apresentam os chamados disrafismos ocultos na coluna ou em quem apresentou mielomeningocele e foi submetido a tratamento cirúrgico quando bebê.



A medula espinhal normal encontra-se solta dentro do canal vertebral, envolvida pelo líquido cefalorraquidiano (o liquor), movimentando-se livremente conforme a movimentação do corpo ou com o crescimento. Quando a medula apresenta uma aderência, principalmente na região lombar ou sacral, ela fica literalmente presa, suceptível a lesões por micro-impactos (já que ela não se move livremente dentro do liquor). Quando uma criança apresenta medula presa, conforme ocorre o crescimento, a medula sofre um estiramento, podendo dar os seguintes sintomas:



1) Disfunção urinária (bexiga neurogênica)

2) Disfunção intestinal (intestino neurogênico)

3) Espasticidade em membros inferiores

4) Dor

5) Piora de escoliose ou outras deformidades na coluna

6) Deformidades nos pés

7) Piora na marcha ou fraqueza em membros inferiores



A medula presa pode ocorrer em quem não operou mielomeningocele quando bebê, quando associada aos chamados disrafismos ocultos. São eles: lipomielomeningocele, espinha bífida (diastematomielia), aderência de filum terminal, cisto dermóide medular, seio dérmico congênito, presença de dimple lombar ou sacral (como um buraquinho na região lombar ou sacral). Estigmas cutâneos podem estar presentes em disrafismos ocultos, como pequenos tufos de pelos na região lombar ou sacral, manchas na região ou rugosidades na pele

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